segunda-feira, 14 de março de 2011

Lembrança.

  Num outrora, num antigamente, numa madrugada ou num outro tempo, velho ou subsistente passado, na mais contraditória memória, irrisória, há sentido. Sentido franco, "O Amor em Tempos de Cólera", O amor, nos outros "antigamentes". Qual sentido, como sentido... Quando o presente é fácil, manobrável, massacrável, efémero, tão breve... Sem luta, sem promessas, sem vontades, com "vontades", opiniões e difamações, conclusões de conclusões. Porque hoje eles não o são, amantes. Verdadeiramente amantes, como antes, na cólera. Sem cólera, sem antigamentes, amantes fodidos por gentes o são, como ridículos. E motivos para esgares, com direito a tragédia...
  Saudade de uma lembrança fausta, farta, com cólera. Saudade da lembrança dele, em "O Amor em Tempos de Cólera", saudade de nem que sem anéis, sem dinheiro ou bens. 
  Lembrança da minha ingénua infância, pobre e deserdada infância.
 Lembrança do não lembrar, do não querer, mas querer muito mais que o não querer que a lembrança volte de novo para mim.

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